Evanir Maria da Silva, de 61 anos, traz no olhar a força do artesanato que moldou sua vida desde menina. Nascida em Caruaru, mas criada em Santa Cruz, Evanir mergulhou no universo das linhas e tecidos pelas mãos da mãe, que lhe ensinou a bordar com amor e dedicação. Sua paixão floresceu em diversas formas de artesanato, como o crochê, macramê, bordado livre e bonecas de pano. Evanir vê na manualidade uma extensão de si mesma, uma dança ritmada de agulhas e fios que a transporta para um estado de calmaria, onde o tempo parece parar e a vida ganha novas cores e texturas.
O caminho trilhado por Evanir não foi isento de desafios. A decepção com as exposições e a falta de valorização do artesanato frente à indústria da confecção local deixaram marcas profundas. Participar de feiras como a Fenearte (Feira Nacional de Negócios de Artesanato) trouxe mais desilusões do que reconhecimento, afetando sua saúde e inspiração. Mesmo assim, a força comunitária encontrada nas associações mantém acesa a chama da esperança, unindo artesãos em busca de espaços e oportunidades para mostrar ao mundo o valor de suas criações. Evanir, apesar das dificuldades, continua a tecer sonhos e memórias, transformando cada peça em uma obra de arte carregada de história e sentimento.
Todos os artesãos desta série, fazem parte da Associação de Artesãos e Artesãs do Capibaribe.